Igreja Matriz Nossa Senhora
dos Prazeres
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A História do Município de Caucaia
O município
que nasceu de um antigo povoado indígena, inicialmente chamou-se de Nossa
Senhora dos Prazeres. O povoado tornou-se vila e foi desmembrado da Vila de
Fortaleza, conforme a Provisão Régia, em 14 de janeiro de 1755. Os atos
inaugurais da Vila dos Caucaia foram efetivados em 15 de outubro de 1759
(comemorada como data de criação da cidade), com o nome de Vila Nova de Soure.
Posteriormente sofreu diversas alterações em sua condição política, até
tornar-se município com o nome de Caucaia.
As
comemorações de outubro não recordam apenas o aniversário do município, mas
também sua santa protetora – Nossa Senhora dos Prazeres, que permeou a história
nestes dois séculos e meio, pontilhados com fé, proteção, devoção e
religiosidade, valores que se expressam desde a fundação da igreja matriz,
levantada em homenagem a santa que derrama todas as bênçãos sobre o município.
Em
Caucaia, que significa, na língua geral dos tupis, “mato queimado”, os índios
plantaram suas aldeias à beira das lagoas, do mar e dos rios e retiraram da
água, fonte da vida, os seus alimentos. Às margens dos espelhos d’água
festejaram suas vitórias, a fé e a alegria de viver. Tempos depois veio gente
de outros lugares e outras crenças em busca de moradia, trabalho e realização
pessoal. Os caucaienses, bisnetos dos Caucaia, tapeba e anacé, receberam os
missionários jesuítas e todos os outros pastores de almas de braços abertos e
com eles participaram de muitas lutas até a emancipação política, a 15 de
outubro de 1759.
Na
segunda metade do século XVIII, missionários jesuítas, com destaque para os
padres Francisco Pinto e Luís Figueira, desembarcaram nas terras litorâneas do
Ceará. A princípio a catequese aconteceu no entorno das muralhas do Forte de
Nossa Senhora de Assunção e a seguir, transpondo a barra do rio Ceará, a
pregação mariana alcançou uma faixa de terra paradisíaca, misto de mar, serras
e sertões. Ali encontraram os missionários o aldeamento dos caucaias, índios
que falavam a língua geral dos tupi guaranis. Onde hoje é a sede do município
viviam os Potiguares, no entorno, os Tremembés, à beira mar os Cariris e na
região da Japuara e Câmara, os Anacés. Logo o Marques de Pombal, a mando da
Corte Portuguesa, determinou a retirada dos sacerdotes e a transformação das
aldeias em vilas ou pequenos povoados. A Aldeia de Nossa Senhora dos Prazeres
de Caucaia tornou-se vila e foi desmembrada de Fortaleza pela Provisão Régia de
14 de janeiro de 1755. Quatro anos depois, em 15 de outubro de 1759, aconteceu
a emancipação política com a criação da Vila de Soure, em referência a um rio
de Coimbra. Recriado e extinto várias vezes, o povoamento também foi chamado de
Nova Soure e, em 1943, recebeu por fim o nome que guarda até os dias de hoje,
Caucaia, homenagem aos seus primeiros habitantes. Na língua tupi, Caucaia
significa “mato queimado” ou “mato bem queimado” Imponente, com destaque na
Praça da Matriz, o grande cruzeiro – também presente no brasão e na bandeira do
município - lembra o trabalho dos jesuítas
Hoje, em Caucaia, 253 anos
depois, pulsa a vida de seus 334.364 habitantes (IBGE / 2009). Caucaia é um dos
municípios litorâneos do Estado do Ceará que limita-se com Fortaleza,
Maranguape, Pentecostes e com o Oceano Atlântico. Seu território é de 1.228 km²,
o segundo maior do Ceará.
Liduina Oliveira
Jornalista e ambientalista
Articulista desta coluna.
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