A ÁGUA
NAS RELIGIÕES.
A água é considerada como
purificadora na maioria das religiões. Ela é símbolo de pureza e fonte de vida,
tendo por isso um papel central em varias religiões como o Hinduísmo,
Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Xintoísmo e Wicca. A utilização de água
pelas religiões e uma pratica comum, mas cada religião tem as suas
particularidades diferentes no que toca á utilização da água. Os batismos nas igrejas cristãs são
praticados com água, que simboliza o nascimento de um novo ser. Como fonte de
vida representa o renascimento. Água lava o corpo e, conseqüentemente,
purifica-o, e estas qualidades conferem-lhe um simbolismo, ou mesmo um estudo
sagrado. A água é, portanto, um elemento chave em cerimônia e rituais
religiosos.
CRISTIANISMO. Na
religião cristã água está relacionada ao batismo, o símbolo maior do nascimento
do cristão. Ato público de fé para com Deus, sinal de boas vindas á igreja
católica. O ato de batismo e o momento em que uma pessoa é parcial ou
totalmente imersa em água sobre sua cabeça. Este sacramento tem as sua origem
na Bíblia, onde registra o batismo de Jesus Cristo, por João Batista nas
margens do Rio Jordão. No batismo, a
água simboliza a purificação, a rejeição do pecado original. Por outro lado, no
Novo Testamento, a água e como uma vida, representa o espírito de Deus, isto é,
água da vida para o novo cristão. Simboliza o nascimento de uma vida eterna, na
fé cristã.
JUDAÍSMO. Na
religião Judaica, os Judeus usam a água para lavagens rituais com o objetivo de
restaurar ou manter um estado de pureza. A lavagem das mãos antes e depois das
refeições é um ato sagrado é obrigatório para os Judeus. Os banhos rituais, ou
como são conhecidos no Judaísmo Mikveh, que hoje deixaram de ser importante nas
comunidades judias, permanecem, no entanto, obrigatório para os indivíduos
convertidos. Os homens realizam o Mikveh geralmente nas 6º sextas feiras, ou
antes, de grandes celebrações, ao passo que as mulheres fazem-no antes do
casamento, ou depois do nascimento de um filho, ou antes, da primeira
menstruação.
No Primeiro livro da Bíblia, Gêneses, conta a
história da Criação e do Dilúvio. Para castigar os homens pela suas
desobediências para com Deus, o senhor enviou uma chuva torrencial que duraram
quarentas dias e quarentas noites. Mas
antes Deus fez Noé construir uma Arca, onde colocou um par de cada animal
existente na terra na arca, juntamente com a família de Noé. O Dilúvio lavou os
pecados do mundo, fez surgir o inicio de uma civilização livre dos pecados
cometidos pelo homem.
HINDUÍSMO.
Para os Hindus, a água simboliza o poder da purificação espiritual, sendo a
água um ato de limpeza matinal obrigatório para todos. Os seus templos se
situam perto de uma fonte de água, e Hindus ou membros têm de se banhar antes
de entraram no templo. Seus lugares de peregrinação encontram-se nas margens de
um rio, sendo que estes locais geralmente são de confluência de dois ou mais
rios, que são considerados particulares ou sagrados para o povo Hindu.
Os sete rios sagrados, segundo as tradições
do Hinduísmo são o Rio Ganges,
localizado na Índia, o Rio Kaveri
localizado no Golfo de Bengala, na parte nordeste do Oceano Indico. O Rio
Godavari, é um rio que corre no
centro da India e um dos mais importantes do país. Tem origem próximo de Trimbak
em Maharastra. Segue para leste por Maharastra e Andhra Pradesh e desagua na Baía
de Bengala. Rio Normada,
este rio esta localizado na Índia. Nasce no alto das montanhas Mandhata. Um dos
sete lugares sagrados de peregrinação na Índia Suas pedras são
considerada sagrada contém marcações simbólicas das marcas na testa do deus
Shiva. O Rio Saravasti, e o nome de
um rio extinto localizado na Índia, no vale do rio Indra, onde se desenvolveu a
civilização Sarasvat-Sindhu, por volta 3000 a. C. O rio foi descoberto por
satélite no final do século XX. O Sindhu e considerado como o sétimo rio
sagrada do povo Hindu. Localizado na
região de Punjab no noroeste do Paquistão.
O Rio Yamuna. É um dos principais rios do norte da Índia medindo 1.370
Km de comprimento. É um dos principais afluentes do rio
Gange.
De acordo com esta religião, os que se banham no
rio Ganges. Ou deixam parte de seu corpo, como cabelos, cinzas, etc, na margem
esquerda deste rio atingirão o Svarga, conhecido como o paraíso de Indra, deus das
Tempestades.
Os
rituais fúnebres que acontecem nas águas do rio Ganges; os familiares do morto
vertem água sobre a pira fúnebre em chamas para que a alma do referido morto,
não posa escapar e regressar á Terra como um fantasma. Quando o fogo atinge o
crânio do corpo, os familiares banham-se nas águas e vão para casa. As cinzas
são recolhidas três dias depois da cremação, e vários dias mais tarde são
deitados nas águas do rio Ganges, considerado sagrado.
No Hinduísmo, encontrarmos um mito sobre o
Dilúvio, presente em algumas escrituras sagradas dos Hindus. Que conta a
história de como Manu, o primeiro homem, que foi salvo de uma inundação por um
peixe, considerado Brama ou pronunciado
Brahma, é o primeiro deus da Trimurti, a trindade do hinduísmo que forma junto
com Vixnu e Shiva, o trios de deus hindus. Também considerado pelos hindus a
representação da força criadora ativa no universo.
O
ISLAMISMO. Para os
Muçulmanos, a água serve, mais que nada, para a purificação. Existem três tipos
de abluções, ou lavagens praticados pelos Islâmicos. A primeira e mais
importante, pois envolve a lavagem integral do corpo. E obrigatória depois das
relações sexuais e recomendadas antes das orações nas 6º feiras e antes de
tocar o Carão. A segunda ocorre antes de cada uma das cinco orações diárias,
tendo os membros de se banhar a cabeça, lavar as mãos, as antebraços e os pés. Em todas as mesquitas existem fontes de água,
normalmente uma delas e exclusiva para os banhos ou ablução. Por fim, o último
banho diz respeito ás situações em que a água torna-se escassas, nestes casos
os Muçulmanos utilizam areia para suas lavagem.
O BUDISMO.
Para o budista o simbolismo e os rituais da água não fazem sentido, porque
procuram a iluminação espiritual que advém de ver a realidade da irrealidade.
No entanto, a água está presente nos funerais Budistas, sendo vertida sobre uma
taça que transborda perante os corpos, praticada pelos monges que recitam uma
oração denominada de Oração das águas. “Como as chuvas enchem os rios e
transbordam para os oceanos, também o que é oferecido aqui possa chegar aos que
partiram”.
A água em regra, e um elemento fundamental
tanto para o ser humano, quanto para as religiões, onde são utilizadas pelos
seus seguidores, nas praticas de oferendas. Nas religiões Africanas Ocidentais
como o, Candomblé, e a Umbanda mista, são usadas nos rituais e oferendas as
divindades que representa a natureza como, Iemanjá a rainha dos mares, de todas
as águas do mundo, seja dos rios, seja do mar. Seu nome deriva da expressão
YÉYÉ OMÓ EJÁ, que significa mãe cujos filhos são peixes. Oxossi deus das cachoeiras, Ogum deus dos oceanos, Iara a mãe de todas as águas. Suas oferendas são realizadas sempre com águas
e colocadas nas águas como forma de agradar seus deuses,
Nas religiões neopagãs, como Xintoísmo e na
Wicca, também existe a crença na existência de cinco elementos constituintes do
Universo, sendo eles: o Fogo, a Água e a Terra e o Akasha que e na verdade e a
manifestação da energia divina proveniente das águas. A água é usada em quase
todos os rituais de limpeza dos seus praticantes.
Nas religiões, o uso ritual da água segue um ritmo
de envolvimento crescente: vai desde a simples aspersão, até a total imersão.
Outro ritmo a considerar é o da interioridade, que vai da sensibilidade
exterior aquela interior desse tipo notório.
Para se livrarem do ciclo de reencarnações,
os Hindus mergulham no rio Ganges, Yamuna e Godavári, considerados sagrados. Já
os Judeus purificam-se através do mikvá, que e um banho ritual. Os Muçulmanos
lavam os pés, os braços e o rosto antes das orações.
Na Gália céltica centenas de lagos e fontes
eram consideradas miraculosas, beber a sua água assegurava saúde, fertilidade e
boa sorte.
Quando João Baptista voltou do deserto
anunciando o tempo messiânico, usou o banho como sinal público de conversão
(ef.Mc. 1,4-5). Jesus de Nazaré ordenou
este rito quando enviou seus apóstolos a pregarem a boa notícia do reino de
Deus. (ef.Mt. 28,19).
VALENTIM SANTOSProfessor,Historiador e Sociólogo