sábado, 6 de agosto de 2011

ORIGEM DAS FEIRAS
da Idade média a era moderna.

 Em todas as cidades do interior e alguns bairros das metrópoles existe uma feira livre de comércio, com dias determinados onde as pessoas se reúnem para comprar ou vender. São momentos festivos onde todos, independentes de sexo, cor ou religião, aproveitam como momento de distração.

Feira de Baturité - Ce. Frutas
     Sua origem é milenar. A primeira referencia citada sobre a feira esta na Bíblia, onde o salmista Marcos (11:17) descreve a fúria de Jesus Cristo ao entrar no templo em Jerusalém. Jesus  encontrou uma autêntica feira livre onde os cambistas vendiam e compravam; derrubou as mesas e os banco dos vendedores de pombos, e não permitiu que se vendessem qualquer objeto no templo. Porque ali era casa de orações e não feiras livres.Verifica-se a existência já naquele período histórico, a presença de comerciantes em determinados locais para comercializar.
 
Feira Medieval
                               
 Não sabemos ao certo onde ou quando foram realizadas as primeiras feiras comerciais na História. Existem fontes, onde podemos afirmar que, em 500 a.C. já se realizava essas atividades comerciais. Na Idade Média, notadamente na cidade da Fenícia, existem vestígios da existência de feiras onde se negociavam produtos comerciais, provenientes das novas rotas marítimas, pois os fenícios dominaram todo o comércio no continente mediterrâneo.
A etimologia da palavra feira vem do latim “feria” que significa “dia santo ou feriado”. No inicio da era cristã os camponeses negociavam seus excedentes comerciais nos pontos de maior movimentação do povoado ou em cidades que eram aos redores das igrejas, por ser um local de maior fluxo de pessoas. La eram negociados todos os produtos que a população necessitava.
No final do século XI, mas precisamente no declínio do sistema feudal, encontramos o crescimento das feiras medievais em toda a Europa, proveniente do surgimento de uma nova classe social ascendente que foram à burguesia.
Com a realização das Cruzadas e a ampliação do comércio marítimo no Mediterrâneo, os europeus puderam ter acesso aos produtos proveniente do Oriente, as mercadorias exóticas como o cravo, pimenta, seda e porcelana entre outros, passaram a ser comercializados em feiras. Eles surgiam nas cidades comerciais que se desenvolviam fora das muralhas dos núcleos urbanos primitivos chamados de burgos. Os burgos surgiram na baixa Idade Média, na época da decadência feudal.
Artesão, burgo baixa idade média.
  A feira medieval instalava-se em rotas comerciais que facilitavam aquisição de produtos entre caravanas migratórias. Nas feiras constantemente apareciam os saltimbancos e outros tipos de artistas mambembes, como músicos e cantores que procuravam atrair publico para suas apresentações, com o passar dos séculos ainda encontramos este tipo de manifestação cultural nas feiras de um modo geral.
No esplendor da era renascentista, o comércio nas feiras tornaram-se centros econômicos e demográficos. Tornando-se necessário a criação e uso de moedas que passaram a circular entre os comerciantes, com isto desenvolveu o surgimento de bancos e câmbios nas próprias feiras. 
 
Mercado Europeu.
  Com o crescimento populacional dos centros urbanos, surgia um novo tipo de comércio paralelo que foi o mercado. Originalmente o termo mercado era o local na qual os compradores e vendedores se encontravam para trocar e vendas de bens de consumo. Existiam os mercados genéricos e os especialistas onde uma só mercadoria era trocada, exemplo, mercado da carne, animais, etc. Qual seria a diferença entre mercado e feira? Leo Hubermam em História da riqueza do homem (1959),Editora,Zahar,1976.p.31,define que mercados eram pequenos comércios, negociados com os produtos locais, em sua maioria agrícola. As feiras, ao contrário, eram imensas, e negociavam mercadorias por atacado, que provinham de todos os pontos do mundo conhecido. A feira era o centro distribuidor onde os grandes mercadores, que se diferenciavam dos pequenos revendedores errantes e artesãos locais, compravam e vendiam as mercadorias estrangeiras precedentes do Oriente e Ocidente, Nordeste e Sul.

Feira periférica. Antonio Bezerra. Fortaleza
    No mundo moderno, as feiras livres ficam no segundo plano no contexto comercial, tendo em vista que, o que predomina hoje são os grandes e pequenos aglomerados chamados de supermercados. Eles substituem as feiras livres e até mesmo, o comércio natural da cidade, ao se considerar que tudo que se busque para o dia-a-dia do ser humano, encontra-se nos supermercados. Dentro deste complexo de comércio existem as subdivisões que funcionam como empresas individualizadas, com todas as funções próprias e independentes, trabalhando a sua própria realidade. 

Candidato em Campanha na Feira Livre.
  A feira exerce um fascínio nas pessoas, com sua magia secular, na forma de cultura arte e poesia, pois todas as formas de artes esta ligada a feira. Na própria literatura encontramos referência sobre ela, nós Fenícios, Egípcios, Romanos e Árabes. A feira não esta somente nas cidades, nem nós países do 3º mundo. Hoje ele continua vivo nos países mais evoluídos do 1º mundo. A feira e um templo onda aglomera todo tipo de pessoas, se observamos notamos que todos os freqüentadores estão sempre alegres, lá estão os pobres, ricos, religiosos, os políticos. A feira e uma forma de comunicação popular verdadeira, lá se sabem de tudo, escuta-se tudo, fala-se de tudo. Lá encontramos os mais variados tipos de comércio, se queremos qualquer coisa, e só procurar na feira, pois na certa vamos encontra.

VALENTIM SANTOS
Professor, Historiador e Sociólogo.