segunda-feira, 11 de janeiro de 2016



IGREJA JESUS, MARIA E JOSÉ

 MARCO DE REFERENCIA RELIGIOSA DO BAIRRO.


 

Igreja Jesus Maria e José.
Hoje, quando passamos enfrente ou entramos na Igreja católica, Jesus Maria e José, não imaginamos como aconteceu sua construção e sua trajetória para tornar-se o marco de referência religiosa do nosso bairro. Tudo teve início com a família de Antonio Bezerra de Meneses, que era muito religioso, sendo devoto da Sagrada Família. O ponto inicial surgiu na residência do Dr. Teófilo Rufino Bezerra de Meneses, que existia uma capela de caráter particular denominada de Jesus Maria e Jose. Em 1915 o padre Rodolfo Ferreira da Cunha que visitava sempre a residência do Dr. Teófilo, formou uma comissão que tinha como objetivo construir uma capela maior para a comunidade do barro vermelho que crescia cada vez mais. Esta comissão foi formada por Antonio Bezerra de Meneses, Presidente; Vicente Bandeira, José Monte, Raimundo Martins de Castro, Joanita Bezerra de Meneses, João Bandeira e Teófilo Rufino Bezerra de Meneses.

O documento autorizando a construção da capela foi entregue pela Cúria Metropolitana em março de 1916, quando foi lançada a pedra fundamental da futura igreja pelo padre Rodolfo. A capela foi inaugurada em 22 de Setembro de 1918, com a entronização da imagem da Sagrada Família, com uma missa celebrada pelo Padre Rodolfo Ferreira da Cunha. Com a presença do Governador do Estado, Dr. João Tomé de Sabóia e Silva e demais autoridade convidadas, nota-se o prestígio que tinha Antonio Bezerra. O terreno foi doado por ele, onde seria construído a futura igreja matriz. O terreno para construção da casa paroquial e da quadra foi doado pela filha de Antonio Bezerra, Geórgia Bezerra de Meneses. Após a inauguração, as missas passaram a ser realizadas mensalmente a cada segundo domingo.
Em março de 1922, as missas passaram a ser semanais, celebradas pelo Padre Otávio de Castro; de 1922 a 1926 pelo Padre Rocha; de 1926 a 1930 pelo Padre Paulino. Em julho de 1940, chegam no Barro Vermelho os padres Lazaristas:  Padre Geraldo Pedro de Morais Go
ndim. Padre Vicente Silva e Padre Tachard, acompanhados por vários seminaristas que tinham como missão fundar a Escola Apostólica do Barro Vermelho. A pedido do Arcebispo de Fortaleza, D. Almeida Lustosa, Padre Gondim e Padre Vicente ficaram responsável pela Igreja Jesus Maria e José.

Em 12 de janeiro de 1946, foi criada a Paroquia Jesus, Maria e José, pelo Decreto Eclesiástico, assinado pelo Arcebispo de Fortaleza D. Almeida Lustosa, que deu pose ao primeiro vigário da paróquia, Padre Gerado Gondim.
ORDEM CRONOLOGICA DOS PADRE DA PARÓQUIA.
Pe. Geraldo Gondim.                            12/01/1946 á 17/02/1952.
Pe. Jairo Frederico da Silva.                 17/02/1952 a 15/02/1955.
Pe. Hélio de Andrade.                           17/02/1955 a 18/03/1955.
Pe. Antonio Pinheiro de Freire.             18/03/1955 a 05/06/1955.
Pe. João Pessoa de carvalho.                  06/06/1955 a 14/04/1981.
Pe. Frederico Kanibbeler.                       06/04/1981 a 06/02/1983.
Pe. Francisco Antonio C. de Meneses.   06/02/1983 a 12/051985.
Pe. Oscar Martins da Fonseca.                15/05/1985 a 22/04/1987.
Padres lazaristas                                       22/04/1987 a 08/08/1987.
Pa. Luciano Furtado Sampaio                  06/08/1987 a 21/011990.  
Pe. Antonio Almir Magalhães                  24/02/1990 a 10/01/1995.
Pe. Luciano Furtado Sampaio                  1502/1995 a 28/02/1998.
Pe. Juarez de Brito Cardoso...                   01/03/1998 a 07/02/2004.
Pe. Edmilson Mendes de Meneses            07/02/2004 a 02/01/2010.
Pe. Marcos Antonio de Oliveira                02/01/2010
 
CURIOSIDADE DA PAROQUIA.

Padre João Pessoa.
O Padre que mais tempo passou na paroquia foi Padre João Pessoa com 26 anos.
Já pássaro pela paroquia mais de 75 padres auxiliares, estacando Padre Haroldo Coelho. A paroquia já teve 16 padres titulares.   Padre Luciano Furtado Sampaio já passou duas vezes pela paroquia.   Já passaram pela paroquia 10 padres estrangeiros.   O cruzeiro foi inaugurado em 1935 na Praça Rodolfo Serrano enfrente a paroquia.  Sr. Edgar Costa Carneiro, pai do radialista Carlos Fred foi o leiloeiro oficial da paroquia.   A Igreja foi demolida em 1976 e reconstruída em 1977. A paroquia foi dividida em seis áreas para melhor descentralizar sua atuação paroquial: Presidente Kennedy, Parque Rio Branco, Estação, João Arruda, Santa Luzia e centro do bairro. 

Fontes:  Secretaria da casa paroquial de Igreja.
              Arquidiocese de Fortaleza


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016




O ARTILHEIRO ESQUECIDO.

Sua ilusão entra em campo no estádio vazio. Numa torcida de sonhos, aplaude talvez. O velho atleta recorda as jogadas felizes. Mata a saudade no peito driblando a emoção. Mas pela vida impedido parou e pra sempre o jogo acabou, suas pernas, cansadas correram pro nada e o time do tempo ganhou

Almir Cordeiro;

Os deuses do futebol levam muitos atletas ao caminho da gloria através de lances que ficaram marcados para sempre. São momentos inesquecíveis, gols antológicos, partidas inebriantes, conquistas memoráveis, placas, troféus, fizeram com que muitos atletas registrassem seus nomes na história do futebol nacional e internacional como Pelé, Garrincha, Gilda, Sergio Alves, Messi e muitos outros que escreveram seus nomes, e que o tempo não apagara das lembranças dos torcedores. Porém, existem aqueles que marcaram muitos gols e terminaram registrados apenas em velhas e amareladas folhas de jornais ou livros de registros esportivos.
Um exemplo destas injustiças do futebol aconteceu com o ex-atleta do Ferroviário Atlético Clube, Almir Cordeiro Filho, que foi o maior artilheiro do Brasil em uma só partida.  Almir, 59 anos, natural de Itapagé, filho de Almir Cordeiro e Gerarda Ribeiro Cordeiro. Irmãos Helder Cordeiro Jornalista, Carlos Alberto Cordeiro Coronel da PMC, Francisco de Assis Cordeiro Tenente Coronel, Maria Helena Cordeiro Assistente Social.
 Iniciou sua carreira de atleta aos 13 anos no bairro de Antonio Bezerra, jogando pela seleção do colégio São Francisco onde foi artilheiro do intercolegial com 25 gols na década 70. Pelo seu desempenho foi convidado para jogar no GRAB (Grêmio Recreativo de Antonio Bezerra), onde calçou pela primeira vez uma chuteira. Depois de várias partidas e gols marcados foi convidado pelo Ferroviário Atlético Clube para compor sub-14 (antigo dente de leite).
Almir foi campeão várias vezes pelas categorias de base do Ferroviário como artilheiro. Em marco de 1973 a saudosa “TV CEARA canal 2” realizou a primeira transmissão de jogos de futebol ao vivo, diretamente do Estádio Presidente Vargas, entre Ferroviário e Apollo, neste jogo histórico Almir marca 3 gols pelo Ferroviário que ganhou o jogo 3x1. No ano seguinte a Secretaria de Educação e Cultura do Ceará juntamente com a Rádio Dragão do Mar de Fortaleza, promove o concurso “ Craque na Escola e Craque na Bola” Almir foi condecorado com a Jangada de prata pelos seus desempenhos na escola e na bola.
Emoção e tristeza.
 Saindo das categorias de base, Almir destacou-se no Juvenil, hoje sub-20, campeão cearense de 75 e 76 até ingressar no time profissional. Um detalhe histórico, Almir Cordeiro foi o único craque cearense até hoje a marcar 7 gols em uma só partida, no jogo Ferroviário 8 x 0 Guaranis de Sobral em 05 de maio de 1976 no Castelão, perdendo a artilharia do Brasil apenas para Pelé que marcou 8 gols em uma única partida.
 Depois de disputar os campeonatos cearense de 1977 e 1978 pelo time profissional do Ferroviário, foi emprestado para o time do Jequié, interior da Bahia, onde disputou o campeonato baiano. Depois jogou em vários clubes do nordeste, entre eles: Vitoria da Conquista, Lagoinha, Bahia, Potiguar de Mossoró, Maranhão, Guarani de Sobral, Icasa de Juazeiro, Quixadá, por fim retorna ao Ferroviário onde encerrar a carreira de atleta. Almir nos revela que “ Nessa época eu já estava querendo parar de jogar futebol, estava com problema no joelho direito e também queria forma uma família e sentia muita saudade dos meus pais, daí achei melhor encerrar a carreira”. Ele disse ainda: foi muito injustiçado no futebol, pois ficou no esquecimento e desabafa “ Ninguém lembrar daquele que deu tantos títulos ao Ferroviário. Eu estou muito magoado com o time do Ferroviário, pois para entrar no estádio Elzir Cabral para assistir um jogo, tive que pagar. Não foi reconhecido. Eu gostaria de chega na sede e ver minha foto na galeria dos ex-atleta, mais isto não tem. ”
 O ex-atleta se emociona ao pisar no granado no estádio do Ferroviário depois de 31 anos. Ao lado da equipe da Revista Antonio Bezerra.Com, ele relembrar os seus momentos de glória “ só vocês me fariam entra no túnel do tempo e reviver as jogadas felizes neste gramado, ainda me lembro do último gol marcado aqui. ” Disse o ex-craque com lágrimas nos olhos. Almir jogou ao lado de grandes craques do futebol cearense entre eles, Erandir, Pedrinho, Paulo Tavares, Edmar, Candido, Grilo, Lucio Sabiá, Flavio e Válber grandes jogadores da época. Foi trenado por grandes treinadores como: Coca-Cola, Gilvan Dias, Décio Leal, William Pontes e Alencar.
Ele nos relembra dos grandes campeonatos realizado no estádio Antony Costa, entre times como Tigre Real, São Joaquim, Rio Branco, Grab, Internacional, Leão das Tintas entre outros.
Almir Cordeiro Filho encerrou sua carreira aos vinte e sete anos em 1983, deixando pra trás um passado de glória. Hoje, o ex-atleta, esquecido pelos deuses do futebol e Funcionário Público Municipal de Fortaleza, trabalha no Frotinho de Antonio Bezerra no Departamento de Traumatologia, atua também na área de eventos no Marinas Parque.

         VALENTIM SANTOS
         Professor,Historiador e Sociólogo.